segunda-feira, 8 de março de 2010

Texto de Luís Carlos Prates...


(Texto inteiro de autoria de Luís Carlos Prates) "Antes de contar a história que tenho para contar, preciso antes relembrar uma frase que de há muito eu repito aqui. Gosto de frases, coleciono-as, recorto-as de todo lugar e as vou jogando em minhas caixas de sapatos.

A frase é de Francisco Cândido Xavier, o Chico Xavier. Chico, na psicografia Pérolas do Além, disse: “Cada ser humano abrange a ‘paisagem’ de acordo com o degrau em que se encontra na escada evolutiva”.

Essa mensagem do Chico Xavier é irretocável. De fato, à medida que o ser humano vai subindo na escada evolutiva vai sentido a vida de um modo mais refinado, vai abrangendo a “paisagem” com olhos de melhor e maior percepção.

Vamos lá. Uma pessoa (pessoa ou demônio encarnado?), que depois de algum tempo de convívio com um bichinho caseiro o abandona na rua, ah, é um desgraçado que não devia ter nascido, mas nasceu. E como nasceu, vai conhecer em vida o sofrimento, vai ranger dentes, vai espumar em agonia…


A história que tenho para contar a li no Jornal de Santa Catarina, foi testemunhada por um bom sujeito, por uma alma elevada de nome Ricardo. O Ricardo contou ao repórter Vinícios Batista que presenciou, dia destes, o abandono de um cãozinho. Na rua em que mora, Ricardo viu alguém — devia, claro, ser um demônio encarnado — abandonar um pequeno cão poodle. Desorientado, o bichinho acabou atropelado por um caminhão e morreu.

Ricardo contou que pensou em pegar o cachorrinho, não deu tempo, o “destino” foi mais forte e o cachorrinho partiu… Deve, é claro, estar por esta hora saltitando nas pernas do Senhor, pedindo colo, buscando consolo.

Como pode alguém fazer isso, abandonar um amiguinho indefeso, leal, amoroso, divino, afinal, dog em inglês é God — Deus invertido.


Conheço histórias de gente “boa” que planeja uma viagem, faz as malas, olha para o cãozinho de muitos anos e decide: “Vamos abandoná-lo, já está mesmo velho. Alguém vai pegá-lo”… E partem, vão se divertir, consciência livre, airada.

Negativo. Dentro de cada patife, por patife que seja, há um tribunal togado de ordem moral batendo o tempo todo o martelo da justiça. A própria pessoa, a bandida, vai provocar o seu destino ruim, adoecerá por sentença condenatória desse tribunal interno, pagará pelo que fez. Arderá nas chamas do inferno, vivo, viva, aqui e a qualquer hora. Graças a Deus!

E tu, poodlezinho abandonado, atropelado e morto, late para o teu traidor, late de saudade porque tu tens dignidade e piedade no teu coraçãozinho de cachorro."


Obs: essa última foto é o Max, meu beagle. Abraços e boa leitura, extremamente válida a reflexão!